Envencilhamento
(Maria Celina e Silva)
Quero ficar com você,
Repousar no teu abraço,
Descansar na cama do teu corpo.
Na loucura do amor,
Me embriagar,
Me envenenar...
Morrer ao teu lado,
Bebendo em tua boca o veneno malvado,
Do beijo gostoso que você sabe dar.
Futilidade
( Maria Celina e Silva)
Pus-te em minha vida,
Não por te amar,
Mas para esquecer que eu amava.
Pus-te em minha vida,
Não por te querer,
Mas porque tantos fizeram eu te querer.
Pus-te em minha vida,
Não por te adorar,
Talvez por vaidade.
Minha Pátria
( Maria Celina e Silva)
Minha pátria é como se não fosse minha patria,
Lágrimas
( Maria Celina e Silva)
As lágrimas são o desabafo
De um coração sofrido e rude,
Mas não é o remédio que se procura
Para a alma quando se ilude.
As lágriams são a dor que ameaça
O peito dos corações que sofrem na distância,
Mas não é o caminho que se possa trazer
Alguém para matar a saudade de quem vive em ânsia
As lágrimas são o sofrimento sólido
Que o coração derrama,
Mas não é o antídoto que mata
A dor de quem ama.
As lágrimas são dor, sofrimento
E desinlusão,
De todos aqueles que deixam
Nascer no peito uma paixão
A Pomba Branca
( Maria Celina e Silva)
Lá se vai a pomba passando,
Vai andando, andando, andando,
E eu a olhar...
Ela vai geometricando as ruas.
Ao se distanciar de mim
Observo apenas a brancura
Riscando as ruas.
Lá se vai a pomba branca,
A pomba da paz,
Da amizade
E da ternura.
A pomba que desnuda
E traz
A paz.