No dia 21 de março de 2010 as 22:00 horas faleceu Alcides Soares de Brito, um nome da política e das Letras elesbonense.
O corpo do mesmo foi velado na Câmara Legislativa de Elesbão Veloso onde os amigos e familiares pôde dar o seu adeus e mostrar o respeito e consideração pelo amigo e pela família. O cortejo com destino ao cemitério Sambaíba ocorreu as 17:15 ( saída do auditório da Câmara ) do dia 22 de março de 2010 sendo o seu sepultamento no cemitério Sambaíba às 17:50.
Alcides nasceu no dia 07 de maio de 1942 em Elesbão Veloso–Piauí, onde iniciou os estudos no Instituto Getúlio Vargas, transferindo-se para o Liceu Piauiense, em Teresina, onde cursou o Ginásio. Foi funcionário da Campanha de Erradicação da Malária_ CEM, afastado na década de 1960 por problemas ideológicos. Resolveu viajar como representante comercial, percorrendo os estados de Pernambuco, Paraíba e Alagoas, depois retorna a Elesbão Veloso.
O mesmo deixou saudades e recordações aos familiares e aos amigos.
Alcides Brito é uma figura histórica que se abrange em varias áreas do nosso município. Havia no Alcides uma representatividade muito grande e singular, não é todo homem que tem a coragem de se erguer para lutar em busca de sonhos e desejos que visto pela ótica externa acredita não ser do seu mundo, principalmente, na época em que ele nasceu, em que os preconceitos em todos os aspectos eram maiores, dificultando se mudar de posição social e conseguir sair do casulo em que se vivia.
Ele foi homenageado por ocasião do SALIPI ( Salão do Livro Piauiense) realizado em agosto de 2009 em Elesbão Veloso por ser um homem de grandes lutas e trabalhos.
Ainda hoje não é tão fácil batalhar pela sobrevivência e em busca de mudança de vida e de classe social quando se é originado de um interior, do interior, do interior.
O homem que vindo do interior, estudou batalhou e conseguiu se destacar como grande boêmio que foi e que se oportunizou a freqüentar os considerados bons ambientes da sociedade, não apenas elesbonense, mas da sociedade piauiense.
O homem que nasceu com o dom da palavra e da oratória, levando-o a fazer discursos em ocasiões especiais em festividades escolares como sete de setembro que em Elesbão Veloso era feito com muito glamour e ainda atendia no fórum desta comarca como advogado rábula, não era formado em direito, mas pelo conhecimento que tinha exercia essa profissão com sucesso, sua oratória se distinguia das demais nos palanques políticos.
Enveredou-se pelo mundo da política e foi representante por Elesbão Veloso na Câmara dos vereadores ( 1982 a 1988).Em 1988 candidata-se a Prefeito pelo PL, mas não se elegeu.
Foi duas vezes presidente do Partido Liberal chegando a ser presidente regional, foi funcionário fazendário, assistente técnico legislativo, tinha cursos de relações humanas, psicologia d
e massa e técnica de vendas, foi casado com Maria Nilza Oliveira com quem teve duas filhas Aline e Ana Angélica, teve mais três filhos antes do casamento e ainda intelectual de primeira linha. O poeta fez parte da Academia de Letras da Confederação Valenciana, abandonando por conta do problema de saúde que se agravara.
Foi secretário de cultura do município, membro da Fundação Coroatá e permitia que as reuniões fossem feitas em sua residência.
O homem que conhecia o dia e a noite e sabia conviver com o luar e com o sol, também com a admiração do céu estrelados e as recordações do interior.
O homem forte e corajoso, instintivo e ousado que tremeu ao ser convidado a se pronunciar em nome do Partido Liberal em Cadeia Nacional em programa político transmitido pela Rede Globo de Televisão em transmissão VIP de Parabólica. Ao ser avisado que os discursos seriam selecionados e quem não atendesse aos padrões globais da época não iria ao ar.
O alívio veio ao ser confirmado que seu discurso seria sido aprovado e seria exibido em horário nobre aos seletos telespectadores da Rede Globo que na época tinham antena parabólica.
O discurso proferido por ele foi um sucesso e na época deixou os elesbonenses com o ego amaciado.
Vejam um texto do poeta.
Desejos
Com a boca feita para beijos,
Com os olhos de menina assustada,
Com as melenas louras, esvoaçadas,
Tu passas a matar-me de desejos.
E eu estático, a olhar da praça
Esse teu andar de magia e graça.
Mas vejo apenas uma janela que se fecha
E um coração que se aperta
Num pranto de amor.
E de tudo o que me resta
Na noite calma e sombria,
Ouvi na voz da brisa
Que ela está quase dormindo,
Com lábios quase a falar
Chamando um ente querido.
Mas a brisa não revela o nome
Do homem a quem ela chama.
E o meu coração reclama
E pede: “ Oh! Brisa, vai lá
E vem depressa, não te olvides,
E diz para mim bem baixinho
Se o nome chamado é Alcides